quinta-feira, 28 de outubro de 2010


Olhe pra eles, todos em volta de um astro de luz própria, dançando harmonicamente. Eles ali, todos em um compasso tímido, sem a exatidão dos antigos, sem o caos dos jovens; eles ali tão distantes uns dos outros, com órbitas tão matematicamente complexas - as matemáticas que amedrontam os universitários. E eles estão ali, dançando ao redor do astro, sem necessidade de uma alma própria; dançam porque têm que dançar, e não conhecem os números, não conhecem a matemática integral, não conhecem os amantes que dançam sobre eles - com uma falta de exatidão extrema. Estão todos ali, em sistemas semelhantes, em cálculos aterrorizantes, sem medo de nada. Porque eles fazem o que devem fazer; e fazem porque fazem, porque corpos atraem corpos, e as coisas são assim. É magnetismo, é força. É a obrigação mais física, matemática, concreta e apaixonante. Porque é o tudo, e deve ser o nada.

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