terça-feira, 1 de março de 2011

Os dias (não) são todos iguais.

As aulas passam, passam sem a naturalidade das cortinas de cores quentes e escuras, sem o calor das vozes infantis tão perto e agora tão distantes. A lousa branca relembra os dias em que nos escondíamos de nós, vivendo um sonho compartilhado entre nós - e não por nós. E tudo o que eu me lembro são das cores - primeiro as cores - as cores de praia, cores de sol; eu só quero me lembrar das cores. O azul uniforme, interrompido pelas recém adicionadas faixas amarelas; o branco costurado; as horas azuis; os olhos... Dos olhos a mente não se esquece.

E, no fim, é tudo um 'poderia ser', porque é disso que se tratam os dias; no fim, poderia ser isso, se não fosse novembro. As cores de novembro já me pareceram mais vivas, por sinal - tanto quanto já sumiram de mim tantas outras vezes. Há dois anos, diria que não existem cores enquanto for novembro; e podia não existir novembro. Em dez, diria que só novembro tem cor.

É tudo fase de criança. Fase de criança que cresceu pensando; cresceu sem crescer.

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